sábado, 22 de outubro de 2011

Estamos uns baldas, há quanto tempo não colocamos aqui uma nova publicação!!!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

fisiológico vs cultural

Tenho saudades de alguém que me é querido. Mas, o certo, é que de há uns tempos para cá sempre que está comigo, diz coisas que me magoam. Por vezes nem é preciso estar junto, pois ouço e sinto o que diz mesmo sem a minha presença.
Isto faz-me pensar de quem tenho eu saudades e de quê?

De alguém que tudo o que dá é na esperança de contrapartida, mais que não seja submissão ou obediência, ao ponto de querer que quem é ajudado siga o projecto de vida que quem ajuda desenhou e não o seu próprio projecto?
De alguém que ao não obter a esperada contrapartida, acena com a ajuda que prestou como que uma dívida e apregoa aos sete ventos que ajudou e que quem foi ajudado é ingrato. Ingrato porque quis decidir sobre a própria vida? É isto ser ingrato?

Quem ajuda por amor genuíno não espera contrapartidas dessas.

A contrapartida que devemos esperar pela nossa dedicação aos nossos filhos deve ser que sejam felizes, mesmo que não entendamos a sua felicidade. 

Mas há pais que consideram que eles é que sabem e definem o que é ser feliz para um filho. E quando o que faz estes felizes não é o que os progenitores planearam, rejeitam.

Nestes casos só me vem à cabeça uma frase que um psicólogo, que foi meu formador, disse uma vez: Um filho amar uma mãe é fisiológico mas uma mãe amar um filho é cultural.

Assim se entende o porquê da saudade...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tesouros da Infância

Há coisas que são sempre nossas, outras que nunca foram.
As memórias é o que temos de mais rico do passado.
Da minha infância pouco ou nada tenho hoje em dia, por vicissitudes da vida, as coisas materiais desse tempo foram-se perdendo ou sendo aprisionadas por terceiros.

Ontem lembrei-me da minha casa, do meu quarto, das minhas coisas...

O meu quarto cor-de-rosa, com a mobília única feita pelo avô da minha madrinha para ela, a qual me foi oferecida aquando a renovação do seu quarto.

Lembrei-me das coisas mais banais que, mesmo sem que eu desse por elas, faziam parte do meu dia-a-dia, do meu refugio, do único espaço que era realmente meu: o meu quarto.

Do meu tempo de infância pouco ou nada tenho hoje em dia, pouco ou nada tenho de objectos, de coisas...mas as memórias são minhas e essas ninguém me pode tirar ou privar.

Lembro-me dos dias de brincadeira infinitos; lembro-me da minha mãe junto à janela da sala à espera do meu pai que chegava do trabalho, algumas vezes acompanhada de um livro de palavras cruzadas; lembro-me de ver o meu pai a aparecer ao fundo da rua, com a sua pasta preta na mão, com um passo acelerado na pressa de chegar a casa; lembro-me dos vizinhos; lembro-me da escada, que era a mais luminosa que conhecia; lembro-me de passar horas em frente ao espelho do quarto dos meus pais; lembro-me....

Este tesouro da minha infância é meu e ninguém me o tira.
Mesmo que pouco ou nada tenha dos objectos que faziam parte desse tempo. Mesmo que as pessoas que se afastaram de mim, por não concordarem/aceitarem as minhas opções de vida, me vão privando e se privando de construir mais boas  memórias em conjunto, nunca poderão sair da minha infância.

Essas memórias ninguém me tira, essas são minhas, as memórias do tempo em que era "a filha" a não só e apenas "a mãe dos netos".



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nomes, alcunhas e afins



Qual dicionário da língua portuguesa, se eu e o meu parceiro de vida tivéssemos de pôr no CC todas as designações, nomes, alcunhas e afins que temos (e coleccionamos com muito amor e carinho), em vez de um cartão tínhamos um bloco de notas de quilo.
Teria de ser algo ainda com páginas a preencher, porque à velocidade que a lista cresce, não havia orçamento para actualização de documentos que lhe valesse.

domingo, 7 de agosto de 2011

Gostava de vos ver aqui

Gostava de estar aí
A ver o que se passa aqui, no palco
P’ra não fazer juízo errado
Pois isto de cantar,
É muito mais difícil
Cá deste lado

Às vezes vocês daí
Nem sonham o que vai pra’qui, no palco
Nem pensam que na vossa frente
Quem canta, quem vos diz as coisas
Também é gente



Gente que trabalha,

Como um Carpinteiro
Como um Camponês
Ou como um Mineiro

Gente que faz o trabalho

Como faz amor,
Amor verdadeiro

Gente que vos diz,
Que a canção sou eu,
A canção és tu,
Por isso cresceu
A canção é p’ra vocês,
E só p’ra vocês,
A canção nasceu


Às vezes ficar aí
É fácil, é melhor que estar aqui
É fácil estar aí sentado
Por isto ou por aquilo

Julgar quem canta
Cá deste lado


Gostava de vos ver aqui
Aqui ao pé de mim e não aí 
E assim seria bem diferente 
Fazia da canção um palco 
p’ra toda a gente


(Paulo de Carvalho)

sábado, 6 de agosto de 2011

Parov Stelar - Catgroove (TSC - Forsythe)



A segunda música da última coreografia de ballet contemporâneo deste ano: Into the Groove
Com uns figurinos fantásticos: calções pretos curtinhos, t-shirt justa branca e blazers de homem grandes.

Parov Stelar - Booty Swing (TSC - Forsythe)



Uma das músicas da última coreografia de ballet contemporâneo deste ano (a primeira música): Into the Groove

Hoje chamaram-me de Saltimbanco.

Quem dera ter tal arte. De qualquer forma um elogio deve-se sempre agradecer...lamentavelmente não sei a quem o fazer pois tal atributo foi me dito por escrito sem ser assinado.

Nova cara...

...o mesmo objectivo, ir "desabafando" algumas reflexões. :)

Obrigado pelas visitas.

Já agora, uma reflexão para hoje: confiem nos vossos instintos no que toca ao vosso trabalho. Se errarem será porque tentaram e não porque fizeram o que os outros achavam melhor.

O Valor da Opinião dos Outros

"Muitas vezes tenho cismado em como é possível que cada homem ame a si mesmo mais que ao resto dos homens e, não obstante, dê menos valor à sua opinião de si próprio que à opinião dos outros. Se, pois, um deus ou um mestre sábio se apresentasse a um homem e lhe pedisse que não pensasse nada e não intentasse nada sem o expressar tão logo o concebesse, esse homem não suportaria tal situação um único dia que fosse. Muito mais respeito temos por aquilo que os nossos vizinhos possam pensar de nós do que por aquilo que pensamos a nosso próprio respeito."

Marco Aurélio, in 'Pensamentos e Reflexões'



"Na realidade, o valor e a preocupação constante que atribuímos à opinião alheia ultrapassam, em regra, quase todo o objectivo ponderado, de modo que ela pode ser vista como uma espécie de mania generalizada ou, antes, inata.
Em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, levamos em consideração a opinião alheia quase antes de qualquer outra coisa, e se fizermos uma análise precisa veremos que dessa preocupação nasce praticamente a metade de todas as aflições e de todos os temores sentidos por nós. Pois a opinião alheia é a origem de todo o nosso amor próprio - muitas vezes magoado por ter uma sensibilidade doentia -, de todas as nossas vaidades e pretensões, bem como de nosso fausto e de nossa presunção."

Arthur Schopenhauer, in 'A Arte de Insultar'

quarta-feira, 27 de julho de 2011

De volta ao trabalho

Sabe tão bem ter férias e principalmente porque se trabalha.
Não fui feita para estar em casa, para viver à custa de alguém.
Chegam alturas do ano que preciso meeeeesmo de férias, mas não saberia viver sem esta azafama do dia-a-dia.
Gosto de acordar de manhã, de receber um "bom dia de trabalho para ti, meu amor", de encontrar a vizinha na escada que também vai trabalhar, de beber a minha primeira bica no sitio do costume onde já sabem ao que vou e como gosto do café, gosto de chegar ao fim do dia e perguntar "como correu o teu dia, meu amor?", trocar impressões sobre o que se passou e sobre a actualidade... sentir que faço parte de um todo, que contribuo para o todo e, principalmente, para o bem estar da minha família.

Ter férias é fantástico, revigora e renova-nos, mas tudo isto tem muito mais valor porque são férias porque são o descanso do trabalho.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Positivo fica, negativo....qual negativo????

Hoje apetecia-me escrever aqui tanta coisa...coisas de tão dantescas e absurdas que são, não valem o esforço.

Não valem o esforço principalmente porque elas próprias se tornam acessórias.
Tornam-se acessórias por responsabilidade dos respectivos intervenientes.
A vida é curta e eu e o meu parceiro já nos encontrámos não muito cedo. Só por isso, fui aprendendo que o que não é, ou não quer ter, um sentido positivo na nossa vida não é suficientemente importante.


Assim, só temos coisas boas e positivas na nossa vida.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

More than meets the eye (que é mais ou menos como quem diz: mais do que o que se vê)


Há quase 10 anos que tenho de resolver o problema das férias de verão dos meus pequenos. Primeiro, antes da escola obrigatória era por os Jardins de Infância e Creches fecharem todos em Agosto não havendo alternativa, depois no 1º ciclo porque as férias são muitas e tinha de despender uma parte significativa do orçamento mensal para Campos de Férias. Os períodos de pausa escolares e pré-escolares foi sempre um problema complicado por serem sempre maiores que o numero de dias de férias que tenho direito por ano.

Ora, não sou de me queixar, resolvo o que há a resolver, ando a correr de uma lado para o outro para acautelar o bem estar dos pequenotes e pronto. A minha ausência de queixas, pelos vistos degenerou num esfumaçar destes problemas ao longo de todos estes anos que parecem uma novidade hoje em dia.

Finalmente, ao fim de tanto tempo, e só depois da minha separação, este deixou de ser um problema exclusivamente meu e passou a ser também um problema do pai dos meus filhotes (pelo menos no período de férias dos meninos que lhe cabe), passando a ser algo visível aos olhos dos demais. Achei curioso agora ser visto como um problema complicado de resolver, com o seu "q" de preocupante.

Pois é meus amigos, nada de novo para mim, é algo que já estou mais que "expert" a resolver. Esta é mais uma das características de  uma mãe, daquelas que passam despercebidas a todos os que só se ocupam com a parte lúdica das crianças. Existe todo um mundo de preocupações e assuntos logísticos a resolver que passam despercebidos a todos, sendo até desconhecida a sua existência.

Ser mãe (ou educador activo) é tanto mais que o que se vê...Um louvor a todos os pais/mães de coração que fazem coisas "invisíveis" pelos seus petizes.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Um Segredo de um Casamento Feliz

Desde que a Maria João e eu fizemos dez anos de casados que estou para escrever sobre o casamento. Depois caí na asneira de ler uns livros profissionais sobre o casamento e percebi que eu não percebo nada sobre o casamento.

Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.

Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.

O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.

O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.

Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.

O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.

Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.

Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.

O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.

Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.

Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.

Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.

Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.

Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!

Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.

É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é - ou querer estar com essa pessoa que ele é.

Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa - tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.

Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem - porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.

Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares - quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.

Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.

E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.

Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.

Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como "lidam com o conflito": os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.

Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.

Em vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.

Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.

As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.

As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco - ou muito - depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.

Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.

Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.

Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.

No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.

Carregamos a cozinha de significados substituídos - violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má - competitiva, agressiva - há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.

A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária - mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.

Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.

Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.

Miguel Esteves Cardoso, in "Jornal Público"

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"amor de uma vida" vs "amor de sempre e para sempre"


Ontem tive a clara noção de quão erradamente é usada a expressão "amor   da minha vida".

Pode haver efectivamente o "amor de uma vida", no entanto,  este nem  sempre coincide com o amor pela Alma Gémea, o Amor Eterno, o Amor de  sempre para sempre.

Passo a explicar a minha noção de "amor de uma vida" e de "Amor pela  Alma Gémea"

O "amor da uma vida" é o maior de determinada vida, tenha existido  nesta um ou n; o Amor pela Alma Gémea é o supremo de todas as vidas,  até mesmo depois de  todas elas, até mesmo depois da morte.

O Amor pela Alma Gémea existe desde sempre e permanece para todo o sempre....

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ciúme

"É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições em falso, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade."Fonte - A FugitivaAutor - Proust , Marcel

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dou mas....

Afinal não é só o FMI que ajuda mediante condições. Há muito mais quem diga:
- Se não fizeres o que eu digo, não ajudo!

Quem dá com uma mão e tira com a outra....como é o ditado???
Ah, já me lembro: "Quem dá e tira para o inferno gira"; ou também serve: "Quem dá e volta a tirar, ao inferno vai parar".

Dar com condições, não é dar. Pode ser muita coisa mas generosidade não é de certeza, e o que quer que seja é de origem muito negativa. Consequentemente não pode ser geradora de nada de bom nem a quem "dá" nem a quem "recebe"

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ai que assim é que é...

Tenho de confessar que cada vez me irrita mais o se entender que o politicamente correcto é o mesmo que hipocrisia.

Juntamente com isto irrita-me ainda mais o acreditar em tudo que se diz principalmente o que é mentira.

Ora isto resulta no seguinte, vivem todos como se fossem todos muito éticos e racionais, mesmo que por baixo de uma mascara. Depois aparece alguém que diz: Mas está tudo parvo???? Mas como é que ninguém vê que estão todos a fazer teatro uns para os outros, e a fingir que acreditam que é verdade.

Pronto, estás lixado se és tu quem diz isto.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Festejar a morte

Uma pessoa morre e é motivo de comemoração.
Algo está errado nesta frase, algo está errado no mundo.

Dizem-me "esse homem era um terrorista, matou milhares de pessoas só porque sim".

Mas morreu uma pessoa e comemora-se este acontecimento.
Continua a estar errado, ou não?

Dizem-me "foi a única maneira de acabar com o mal que este homem fazia".

Será? Mas mesmo que assim seja, a sua morte pode ser uma triste inevitabilidade, até um alivio para muitos ou o poupar de muitas vidas, mas nunca um acontecimento festivo.

Quando se mataram milhares de pessoas com o atentado das Torres Gémeas, ofendeu o ocidente ver homens islâmicos a festejar. E que são estes americanos a festejar a morte de outros tantos islâmicos? São melhores que eles?

Somos nós os racionais?
Há algo de muito errado nos homens.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Oscar Wilde

"Há momentos em que é preciso escolher entre viver a sua própria vida plenamente, inteiramente, completamente, ou assumir a existência degradante, ignóbil e falsa que o mundo, na sua hipocrisia, nos impõe"

domingo, 24 de abril de 2011

Boa Páscoa

Hoje é Domingo de Páscoa.
Renovação, é a palavra que me surge. Renovação do ponto de vista religioso, do cultural e até natural.
A renovação da fé pela ressurreição de Cristo, e a renovação natural com o nascimento de uma nova geração de uma série de espécies vegetais, o reflorescer de um ímpeto de reprodução da grande maioria das espectes de toda a flora e fauna terrestre. A Páscoa é na primavera, não por acaso.

É um período de renascimento, de um novo acreditar em coisas que pareciam perdidas para sempre, coisas que já tínhamos perdido a fé que pudessem acontecer ou ser possíveis.

Devemos procurar a nossa Páscoa todos os dias, mas nesta altura há a ajuda química do próprio ciclo da natureza.

O Amor é possível, é a fonte de vida e o equilíbrio do mundo. Eu quase perdi a fé no amor. Felizmente tive uma Páscoa que me fez renascer e voltar a acreditar.

Boa Páscoa para todos, que esta seja o renovar  a vossa fé na vida e no amor.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Conversas sem qualquer sentido aparente

- Os teus pés são ainda mais giros agarrados às pernas. (diz ela)
- Não vês mais filmes do Tim Burton. (diz dele)

sábado, 16 de abril de 2011

Saudade


Segundo dicionário da língua portuguesa:
1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que alguém se vê privado.
2. Pesar, mágoa que essa privação causa.
É fácil explicar assim...mas sentir, já é outra coisa.
Tenho saudades, saudade dos meus filhotes :(

............

quarta-feira, 13 de abril de 2011

...e encontrei...

O meu coração é um viajante
Que se entrega num instante
Por ai a onde for

Acha que sabe bem o que eu preciso
Prende-se a qualquer sorriso
Sem motivos de maior

O meu coração é inocente
Pensa que a vida é um mar de rosas
Mas eu que vi espinhos em toda a gente
Afasto essas certezas duvidosas

O meu coração é um bicho muito estranho
Que se esconde e não responde a quem chamar
Alérgico ao exterior vive na toca
Onde se esconde e sufoca por não ver entrar o ar

O meu coração vive trancado
Diz que atirou a chave ao mar
E eu que a procurei por todo o lado
Só me resta assim continuar

Coração triste
Não me arrastes em teu passo
Meu corpo insiste em decidir o que faço
Se eu vir que sim tu diz que não
Eu vou bem sem coração
Entre o morrer de amor e viver nesta prisão

Coração louco
Não me imponhas o teu vicio
Que a pouco e pouco vou cedendo ao sacrifício
É que eu sei bem que se acordares
E procurares por ai
Encontras outro coração para ti

Já encontraste?
Demoras muito ou quê?

O meu coração é uma criança
Ansiosa pela dança de quem lhe estender a mão
Mas este é caprichoso, inclusivo
Analista compulsivo que não chega à conclusão

O meu coração segue as novelas
Jubila com as falas das atrizes

O meu carrega histórias de mazelas
E afasta-se desses finais felizes

Coração triste
Não me arrastes em teu passo
Meu corpo insiste em decidir o que faço
Se eu vir que sim tu diz que não
Eu vou bem sem coração
Entre o morrer de amor e viver nesta prisão

Coração louco
Não me imponhas o teu vicio
Que a pouco e pouco vou cedendo ao sacrifício
É que eu sei bem que se acordares
E procurares por ai
Encontras outro coração para ti

Falei primeiro a bem por ser assunto de respeito
Mas não me deu ouvidos, prosseguiu naquele jeito

Mudei para as ameaças
Tentei que usasse a razão
Mas é palavra estranha pro meu pobre coração

Farta desses maus tratos fiz as malas e parti
E logo te encontrei com o mesmo modo que eu sofri
A mesma frustração
A mesma pose o mesmo olhar
E em teu toque senti no meu corpo outro pulsar

Juntos rimos de tudo
Só choramos nas novelas
Fingimos ser crianças e dançamos como elas
Perdemos noite e dia e entre histórias e canções
Juntamos nomes, gostos e moradas
E quase sem dar por nada
Encontramos corações

O meu coração - Anaquim

segunda-feira, 11 de abril de 2011

À espreita estava um grande amor...


Havia a solidão da prece no olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto

À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p'ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte

Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós
E o seu padre santo falou usando-lhe a voz
Búzios - Jorge Fernando

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mundo pequeno e redondo


Hoje no seu programa radiofónico, o Nuno falou de milagres. Perguntava aos ouvintes se acreditavam em milagres.
Pois bem, eu acredito. Não sei se lhe chamo milagres ou outro nome, tudo depende do que se entende por milagre.

Se for a ocorrência de algo, muito bom, entendido como quase impossível, eu acredito e posso ainda acrescentar, que já me aconteceu.

O mundo é pequeno e redondo, mas encontrar alguém com quem vivemos....é de facto um milagre.

(acho que não preciso de explicar que aqui quando falo em "com quem vivemos", estou a referir-me ao viver no sentido pleno: de complementaridade, de parceria, de companheirismo, de intimidade e, principalmente, de amor)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A mão que mexe a panela.


A frase, "A mão que embala o berço é a que governa o mundo", é sobejamente conhecida, no sentido de que quem educa tem a seu cargo a formação do futuro, uma vez que o futuro são a geração seguinte.

Pois bem, numa casa, numa família quem tem a seu cargo a alimentação da mesma influencia muito a saúde futura das pessoas que a compõem.

É uma grande responsabilidade, mas leva-me a recordar o que um amigo médico uma vez me disse: "uma mãe gorda faz uma família gorda".

Para juntar a isto, normalmente pais gordos passam para os filhos hábitos do dia-a-dia que contribuem mais ainda para o excesso de peso: não andar a pé; não ter qualquer actividade física; ocupar os períodos de lazer de forma sedentária...

Embora esta não seja uma situação determinista sem excepção, na maioria dos casos é verdade.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

coisas que leio por aí

Ainda na sequência do texto que li no blog referido na minha última publicação:


Primeiro, "É a lógica dos políticos de tanga que temos tido neste país. Os governos do PS e do PSD andaram anos a pedir para apertarmos o cinto em nome de um futuro melhor. O futuro já chegou e é a merda desta crise.", não podia espelhar melhor o que se passa no nosso país.


Segundo, "Olha! Dito assim parece a relação que eu tive durante mais de dez anos. Sempre a pensar que um dia a coisa ia melhorar e os dias iam passando...", quem dos que já se divorciaram, por opção própria, não sentiu isto em relação ao casamento extinto, enquanto ainda casado? Eu falo por mim e digo: tantas e tantas vezes. Ainda digo melhor: demasiadas vezes.

coisas que leio por aí

Num dos blogs por onde passo regularmente, li isto.
É curioso ver pessoas que não conhecemos a passarem por experiências parecidas e, ainda por cima, a encontrarem caminhos semelhantes e a tirar conclusões idênticas.

Partilho inteiramente: "O Amor não é para construir nada, pá. Ou vem com tudo feito ou  então não é Amor. É outra coisa qualquer."


E para além de tantas outras coisas, esta é mais uma que o meu companheiro de vida e de blog é para mim:
"... é essa pessoa porque me parece que consigo ser feliz com ela todos os dias, em vez de acreditar que vou acabar por ser feliz daqui a uns tempos."

Insanidade

Este conceito podia-nos levar tão longe...até porque, como todos os conceitos, podem ter um sentido denotativo ou conotativo. Hoje lembrei-me, e apenas num dos muitos sentidos possíveis, seguem-se algumas frases que achei interessantes para reflexão.
Boa Semana!

"A insanidade está na cabeça daqueles que acham que não são loucos."
Eder Medeiros


"A insanidade oculta individual tolera a indecência massiva explícita."
Thimer


"O ócio dá margem à insanidade."
Thimer


"Errar é normal, mas escolher o errado por conta própria é insanidade."
Ana Paul

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Gosto tanto...

...do que a minha companheira de blog escreve que até me esqueço de publicar coisas de vez em quando.

Hoje só uma reflexão: se gostam de alguém digam-lhe sempre que puderem. ;)

P.S.: Tu sabes, mas eu digo-te... amo-te!

Dança da vida


Gosto de dançar, gosto mesmo muito de dançar.
A vida é como a dança e o que a enriquece são os diferentes andamentos, ritmos, passos e coreografias.
Por vezes é uma valsa, outras uma salsa, uma lambada, um bailado clássico, um rock n' roll...umas vezes dançamos com uma melodia mais alegre outras vezes menos alegre, mas o que faz da dança da vida um prazer ao invés de um suplicio é o par. Um par certo faz do passo mais difícil um verdadeiro flutuar.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Watch me

A verdadeira pedrada

Quais drunfos, pastilhas, cola, ou bebidas de grau elevado...

O medicamento que lá tenho para verrugas deixa qualquer pastilha de LSD a um canto...ui, até se vêem elefantes cor-de-rosa a voar.

terça-feira, 29 de março de 2011

E já passámos as 5000 visitas....Obrigada a todos que nos visitam.

Vida positiva


A vida é algo absolutamente fantástico. As suas sinuosidades e voltas tornam-na inesperada e surpreendente. 
Cada vez me convenço mais que a integridade e os bons sentimentos só dão frutos positivos.

Um grande amigo disse-me uma vez: "Faças o que fizeres, seja qual for a tua decisão, sê positiva!"
Obrigada amigo, tinhas razão!


segunda-feira, 28 de março de 2011

Galos de capoeira

Quais galos de capoeira a incharem o papo uns para os outros...
Por estas banda é comum ver os homens, quando discutem na rua, a falarem uns para os outros a bons metros de distancia, aos berros e a gesticularem com ar de quem impõe respeito e de peito inchado. Quando se aproximam continua a postura de que "meto medo a todos" e ao gesticular com os braços junta-se um bater com uma mão na outra, sempre com o objectivo de intimidar.

Há quem ache castiço, popular, típico....eu, muito sinceramente, acho ridículo.

Limite dos limites....

3 de entre vários sinais de alerta (não forçosamente por esta ordem):
  • Rotina na perspectiva do estar por hábito e não por vontade ou sentimento (nem se dá por isso);
  • Necessidade de ir buscar referencias ao passado, à memória, para que se perceba porque se está com aquela pessoa, porque razão alguma vez olhámos para esta.(primeiro ainda se descobre alguma coisa, embora comece a ser esgotante estar sempre a recorrer a este processo, depois começam as memórias a não ajudar);
  • Sentir vergonha de atitudes da outra pessoa. 
Este último ponto é derradeiro, penso que a este ponto não há retorno. É um limite que só se atinge quando tudo o resto já está desgastado, quando já nada há em comum...não há, definitivamente, um nós entre o casal.


Os outros sinais podem começar de forma despercebida ou não, mas este último não acontece de uma forma subtil. E porque, nestas coisas, temos de levar com as evidencias espetadas na tromba para admitirmos que já não há solução, acontece um dia termos vontade de nos enfiarmos num buraco pela atitude ou observação da pessoa que está connosco, evento este que fica marcado em nós, com direito a registo de dia, local e ocasião.


quarta-feira, 23 de março de 2011

Estabilidade e Crescimento

PEC IV?
Eu jurava que o que vem escrito naquele documento eram medidas já do FMI. Será que agora chamam-lhe outra coisa?

terça-feira, 22 de março de 2011

Luís Fernando Veríssimo

"A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo?"



domingo, 20 de março de 2011

Bem-vinda Primavera


Um novo ciclo que se inicia...A Primavera é sempre um renovar, um renascer...
Venham os dias maiores, as temperaturas mais amenas, o nascer do novos rebentos...

Primavera é um hino à vida!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Letra e música do que se diz



"Queres que sejamos velhos à força", diz-me ele.
"Não. Eu quero é que cheguemos a velhos juntos, e assim enamorados como hoje. Mas não tenho pressa em envelhecer, só quero é que isso aconteça a teu lado", digo eu.

Mas que coisa! Ele sabe exactamente o propósito das fotos dos velhotes, mas diz-me estas coisas só para puxar por mim, e eu explico...como se fosse preciso. Ele gosta de me ouvir falar, às vezes nem é pelo que digo (ainda que eu fale muitas vezes de coisas muitíssimo interessantes), mas gosta de ouvir a minha voz. Como eu lhe respondo tantas vezes: gosto da "letra" do teu discurso, mas há alturas em que gosto de apenas ouvir a musica da tua voz.

(esta foto não tem velhotes)

Over the rainbow - E.Y. Harburg


Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dream of
Once in a lullaby
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dream of
Dreams really do come true
Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top thats where you'll find me
Oh somewhere over the rainbow blue birds fly
And the dreams that you dare to, oh why, oh why can't I?
Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world
Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world
The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I... I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more than
We'll know
And I think to myself
What a wonderful world
Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top thats where you'll find me.
Somewhere over the rainbow way up high
and the dreams that you dare to, why, oh why can't I?

Hoje apeteceu-me. Porque ainda acho que é possível. No dia que deixar de acreditar nisso...morri.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Mulheres não amadas


Hoje vi a mesma pessoa que sorri o "sorriso de boca", que me referia aqui.
Hoje nem esse sorriso tinha. Queria, através do semblante, transmitir um ar determinado e até zangado ou ocupado, mas os olhos só transpareciam tristeza e frustração.

Acho que, conscientemente, já nem pensa nisso. A vida é assim, e não vale a pena lamentarmo-nos. Naquele olhar já se viu um pedido de socorro, porque ainda havia esperança que a vida pudesse ser diferente. Hoje já não. Está resignada e infeliz.

Quantas mulheres vivem assim toda uma vida, sem conhecerem o esplendor do amor, de como é viver uma vida amada e a amar?

Tenho pena.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

Hoje, no dia internacional da Mulher, um texto a todas dedicado:


Mulheres

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."


Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 1 de março de 2011

Casamento

"Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha."

Luís Fernando Veríssimo

Escolhe (podes escolher todos)


19, 3 ou (desta vez até pode ser 22).....é só escolher.
22 momentos mágicos, 19 todos os dias, 3 nossos....
Por todos os números, pelo que temos, somos e fazemos juntos....

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Direito à vida

"É "de esquerda" ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e o direito do Estado de matá-lo se ele der errado."


Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Que mania que eu tenho...


...de descarregar em quem está ao meu lado, as injustiças que os outros me fazem... desculpa.


Se há alguém que não merece, és tu.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Isso é amor


Se o seu companheiro andar pela rua com uma mochila da Hello Kitty às costas, apenas porque lhe pediu....Isso é AMOR!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Gosto de ti, Adoro-te, Amo-te


Somos culturalmente frios, não manifestamos muito os nossos sentimentos (principalmente os bons).
Dizer a um amigo que o amamos é um disparate, que lamechice. Para quê isso? Que falta de compostura, ou então está-se a dar graxa ou a está-se a tentar manipular alguém.

Mesmo que me olhem de lado ou que achem que o faço para dar nas vistas, nunca mais vou deixar para depois dizer a um amigo, a um filho, a quem quer que seja que o amo, sempre que este sentimento seja genuíno.

Digo-o todos os dias aos meus filhos e ao meu companheiro de vida. Aos meus grandes amigos digo muitas vezes. E os MEUS amigos sabem e sentem que é verdade. Não vêem nas minhas palavras nada senão a manifestação de um sentimento verdadeiro. Até porque só o digo quando o sinto, e a quem merece o meu amor.

Se isto é perder a compostura, que seja. Eu prefiro perder a compostura a amar que a odiar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Qual o segredo de um bom casamento?


"Qual o segredo de um bom casamento? Não sei. Todos os casais são diferentes. A nós o que nos une são uma maneira semelhante de ver o mundo, a camaradagem, a lealdade e o humor. Cuidamos um do outro. Temos o mesmo horário, às vezes usamos a mesma escova de dentes e também gostamos dos mesmos filmes. O Willie diz que quando estamos juntos a nossa energia multiplica, que temos aquela "ligação espiritual" que sentiu quando me conheceu. Talvez. Eu gosto de dormir com ele."


Allende, Isabel, A Soma dos Dias, DIFEL, Outubro 2007, p.116

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sorriso de boca


Por vezes vejo sorrisos que me fazem pena.
Sorrisos como já tive.
Vejo, em mulheres e homens, sorrisos que não são sorrisos, são apenas uma contracção de alguns músculos da cara. Contracção que dá a ideia de rasgar um pouco a expressão e induzir nos outros a ideia de que estamos bem (até porque não há razão aparente para não estarmos e porque a ocasião assim o "obriga").

Conheço tão bem esse sorriso, que não é sorriso. Sorriso só com a boca e não com alma, como tantos que esbocei durante anos. São os olhos, o olhar, que denunciam o falso sorriso.

Hoje vi um assim e tive pena. Este sorriso de boca era de uma pessoa que sei que é tudo menos feliz, é de uma pessoa que não tem coragem para o ser, e por isso tenho pena. Ela merecia melhor, mas acredito que ela própria desconheça outra forma de viver, ou mesmo que possa ser possível ser diferente: "É assim, sempre foi assim. É a vida!"

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Correios


Para que servem os correios? Para expedir correspondência, seja esta simples ou encomendas, certo?

Vou-me debruçar mais sobre o assunto encomendas.

Ora não seria de estranhar que numa repartição de uma entidade responsável pelo transporte de encomendas, houvesse embalagens para o envio das mesmas. Pois...mas pelos vistos é, e o empregado que nos atendeu ainda respondeu que "não podemos ter embalagens de todos os formatos, para todo o tipo de encomendas".

Ah, e então quem é que tem, se calhar compram-se no hospital, ou na loja de lavoures...já sei na loja dos telemóveis é que é, numa loja de uma empresa de telecomunicações vendem-se embalagens para encomendas que são da responsabilidade dos correios, todos sabemos.

Isto parece anedota, mas o certo é que com tanto livro, e outros artigos tão específicos de uma estação de correspondência, não deve haver muito espaço para embalagens para encomendas.

Para a próxima vou ao Minipreço ou ao Lidl pedir uma caixinha de cartão para enviar o que quiser.

E o pior disto tudo, é que este serviço de m#&# (que eu sou uma lady por isso não digo asneiras) é resultado da administração brilhante de um senhor que ganha mais que a chanceler alemã.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Extraterrestre


Sou de outro planeta. Sempre me senti um bocado assim mas, felizmente, ao longo da vida tenho vindo a encontrar mais "extraterrestres" como eu e são tooooooooodos meus amigos.
Os anos, que ainda são poucos (sou novinha, tá?), têm-me ensinado a viver com este sentimento de "outsider", mas há coisas que, cada vez que me deparo com elas, ainda me fazem confusão.

Mas sou eu que sou complicada, por isso nem vale a pena comentar, ou manifestar o meu desagrado, com mais ninguém para além do "meu clã" de extraterrestres. 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Betos da provincia

É um mimo, ver os betos rebeldes provincianos a criticarem os demais por serem parolos ou saloios (como vulgarmente chamam por desconhecer o verdadeiro significado da palavra e nem sequer saberem que a palavra "parolo" existe), quando a diferença entre uns e outros, é que os segundos são autênticos e genuínos, enquanto que os primeiros um projecto mal conseguido o que aspiravam ser.

De longe, prefiro os segundos mais que não seja porque o catalogar é muito discutível, mas o tentar fingir ser o que não se é, é bem mais deprimente.

Como era o ditado amiga? Ah, não é ditado, é uma passagem da Bíblia: "Vês o cisco no olho do outro mas não a trave que tens no teu próprio olho.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Oscar Wilde

"As pessoas felizes têm o seu valor no nosso mundo, se bem que não se trate senão de um negativo valor de punção. Fazem ressaltar a beleza dos infelizes e o fascínio que estes inspiram"


Impressionante, mas não é que o senhor tem razão!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

34


E já está! Já tenho 34 feitinhos e completos.
Foram 34 anos cheios de coisas muito boas e outras também muito más. Mas as más só servem para crescermos e amadurecermos, as memórias ficam pelas boas.

Neste caminho que tenho percorrido tenho-me cruzado com grandes bestas, mas também com pessoas fantásticas. Umas ficaram (infelizmente algumas bestas também), outras seguiram seus caminhos para mais longe...mas todas tiveram o seu papel no que sou hoje.

O mais precioso que retive de todos estes anos, além dos bons momentos vividos e das memórias, são os amigos, os filhos e o grande amor da minha vida.

Venham mais 34 e mais ainda. Se sozinha foi tão bom, depois de juntar tanta gente boa à minha volta, de ter dois filhos, e de ter encontrado o meu parceiro, a companhia ideal....vai ser fantástico.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Oscar Wilde

"É preciso comungar com a alegria, a beleza, a cor da vida. Quanto menos se falar dos horrores da vida, melhor se vive"


...então nestes tempos de crise forjada só para nos explorarem mais ainda....