sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tesouros da Infância

Há coisas que são sempre nossas, outras que nunca foram.
As memórias é o que temos de mais rico do passado.
Da minha infância pouco ou nada tenho hoje em dia, por vicissitudes da vida, as coisas materiais desse tempo foram-se perdendo ou sendo aprisionadas por terceiros.

Ontem lembrei-me da minha casa, do meu quarto, das minhas coisas...

O meu quarto cor-de-rosa, com a mobília única feita pelo avô da minha madrinha para ela, a qual me foi oferecida aquando a renovação do seu quarto.

Lembrei-me das coisas mais banais que, mesmo sem que eu desse por elas, faziam parte do meu dia-a-dia, do meu refugio, do único espaço que era realmente meu: o meu quarto.

Do meu tempo de infância pouco ou nada tenho hoje em dia, pouco ou nada tenho de objectos, de coisas...mas as memórias são minhas e essas ninguém me pode tirar ou privar.

Lembro-me dos dias de brincadeira infinitos; lembro-me da minha mãe junto à janela da sala à espera do meu pai que chegava do trabalho, algumas vezes acompanhada de um livro de palavras cruzadas; lembro-me de ver o meu pai a aparecer ao fundo da rua, com a sua pasta preta na mão, com um passo acelerado na pressa de chegar a casa; lembro-me dos vizinhos; lembro-me da escada, que era a mais luminosa que conhecia; lembro-me de passar horas em frente ao espelho do quarto dos meus pais; lembro-me....

Este tesouro da minha infância é meu e ninguém me o tira.
Mesmo que pouco ou nada tenha dos objectos que faziam parte desse tempo. Mesmo que as pessoas que se afastaram de mim, por não concordarem/aceitarem as minhas opções de vida, me vão privando e se privando de construir mais boas  memórias em conjunto, nunca poderão sair da minha infância.

Essas memórias ninguém me tira, essas são minhas, as memórias do tempo em que era "a filha" a não só e apenas "a mãe dos netos".



1 comentário:

  1. As memórias de criança essa ninguém me tira, pode ser boas ou ruins!
    Confira o link abaixo

    http://www.oquedeustemfeitoemtuavida.net/2009/11/o-poco-da-tragedia.html

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