quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Efemérides

Há 3 anos eu escrevia isto no blog mãe de dois (o único que tinha então). A esta distância leio este texto e lembro-me claramente porque o fiz.


A frase "É difícil viver em conjunto com alguém? É, sem dúvida, mas muito pior é viver sozinho. Não há felicidade completa, e só é feliz quem já assumiu essa realidade.", denota  tudo o que se passava comigo.


Se eu era feliz? Não. Mas para quê mudar? Ia comprar uma guerra enorme com o meu então marido, e a única coisa que ganhava era o que já tinha: solidão. Por isso fui-me conformando, fui adiando o inevitável.


Quando falo no segredo para a vida a dois e aponto o amor e a tolerância, é uma grande verdade quando esta tolerância não é outra forma de dizer ou uma forma de camuflar a sujeição, o ceder indefinidademente e quase sempre de uma forma unilateral.


Digo também neste texto que fazia tudo para que durasse para sempre, e fiz. Efectivamente eu lutei por uma causa perdida à partida, apenas porque eu achava que eu poderia fazer o barco andar mesmo que o outro tripulante não remasse e pouco ou nada fizesse para ajudar a levar a bom porto. Lutei ao ponto de passar para todos a imagem de família feliz, de casamento sereno e equilibrado, que não era.


A razão porque eu escrevia textos como este é clara para mim, e já na época era...o propósito era só, e tão só, convencer-me do que escrevia, convencer-me de que não estava mal, e que poderia sempre fazer mais um sacrifício (quando esta palavra entra num casamento....), poderia sempre ver as coisas de outra maneira....


Mas a vida é bela, e é para ser vivida no amor, na alegria, na paz....
Tive a sorte de ter a oportunidade e a coragem de fazer o que muitos têm (ou tiveram alguma vez na vida) vontade de fazer e não conseguiram: ser feliz.


A todas as mulheres que estão como eu estava, que vivem como eu vivia: a culpa não é sempre e só vossa. Se as coisas não correm bem, ou melhor, se correm quase sempre mal, não são vocês que têm que suportar sempre o fardo da resolução dos problemas ou da cedência em prol da "paz do lar". 
Viver a dois implica esforço, mas este tem de ser feito pelos dois e tem de ser voluntário. E este "esforço"  não é sinónimo de sacrifício, este quando é partilhado nem se sente e acontece de uma forma natural.


Houve alturas em que pensei que não existisse outra forma de viver a dois, que aquela forma era a única e transversal a todas os casais... Não é! É possível viver de uma forma melhor, mais saudável e salutar (física e psicologicamente).


Não se acomodem, e façam o favor de ser felizes.

Sem comentários:

Enviar um comentário