quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cada um tem o seu lugar...


Hoje apetecia-me escrever sobre amor, ciúme e relações inter-pessoais, mas há tanta coisa que aqui queria escrever que fico sem saber por onde começar.

Vou começar por uma ponta.

Os meus dois filhos andam na catequese. Para além do motivo religioso, a catequese para mim é também onde eles aprendem valores importantes como o respeito pelo próximo, o valor do amor, e a caridade. Aqui ouvem num outro contexto e com outra abordagem as bases que lhes tento incutir como fundamentais para que vivamos todos cada vez melhor.

Um dos valores principais tanto na catequese como no seio familiar é o amor, e perceber que o amor não é um sentimento finito e com números clausus. Há, efectivamente vários tipos de amor mas não é por se ter vários que estes se anulam uns aos outros ou se sobrepõem.

A ausência de reconhecimento desta verdade, gera ciúmes despropositados. Poderia alongar-me na questão do ciúme mas Freud explica muito melhor que eu. A seu tempo escrevo aqui também sobre a temática.

Retomando.

Como tantas vezes explico aos meus filhos, cada um tem o seu lugar no nosso coração, e ninguém ocupa o lugar de ninguém. O lugar dos filhos é o dos filhos, o do marido/companheiro é o do marido/companheiro, o dos pais é dos pais, o dos amigos é dos amigos, o dos irmãos é dos irmãos, e assim sucessivamente.

Mesmo dentro da mesma "categoria" cada um tem o seu lugar: a minha filha tem o lugar dela e não o do irmão, assim como o dele é o dele e não o dela; a minha amiga Catarina tem o lugar dela, e a minha amiga Xana, ou a Ana têm cada uma o delas; tal e qual como o da minha mãe é o dela e não o do meu pai e vice-versa.

Com isto, o facto de eu gostar muito da Catarina não quer dizer que tenha de gostar menos da Ana porque o que vai para uma não pode ir para a outra.

Cada um tem o seu lugar, quando amamos alguém ninguém pode substituir esse alguém e se há algo realmente inesgotável é este sentimento.

O mais curioso é que há lugares no nosso coração que nem sabemos que existem, até ao dia em que conhecemos o seu "ocupante/dono". Por isto, vamos ao longo da vida tendo cada vez mais lugares ocupados pelas pessoas importantes cujas vidas se vão cruzando com as nossas.

Algumas passamos anos sem as ver, outras nunca mais nos encontramos, outras fazem parte do nosso quotidiano, mas independentemente da frequência de convívio, havendo amor, o seu lugar e inalterável e terão sempre o seu espaço em nós.

(só uma achega a quem não está muito habituado a esta coisa dos blogs e novas tecnologias: aqui logo a seguir onde diz "reflexões" o número que está antes refere-se ao número de comentários feitos ao post, se lá carregarem abre-se uma janela onde aparecem todos os contributos de quem por aqui vai passando e quer deixar uma nota)

1 comentário:

  1. Depois depende de cada um (ou da sua capacidade de) amar de várias formas e juntar amores diferentes num coração que se quer grande... :)

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