quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quando se fecha uma porta.....

Hoje faz um ano que, depois de um dia de trabalho, cheguei a casa e, ao tentar abrir a porta, deparei-me com o facto das fechaduras de todas as portas estarem mudadas. O meu ex-marido, numa acto tresloucado tinha usurpado o direito à casa comum apenas para ele, ficando lá dentro todos os meus bens pessoais: roupa, calçado, artefactos, produtos de higiene, medicamentos (sou asmática e faço terapêutica diária), brinquedos e livros meus de criança, bens dos meus pais ...
Eu tinha todo o direito de arrombar a porta e fazer o mesmo, uma vez que se tratava da minha casa.

Como tudo o que fiz desde o dia 18 de Agosto de 2000, dia em que soube que estava grávida pela primeira vez, primeiro pensei nos meus filhos e nas repercussões que teria para eles assistirem a tamanha guerra na própria casa (à data, mesmo separados ainda todos habitávamos a mesma morada).
Achei que todo o direito que eu tinha em entrar em casa não justificava tal sofrimento, e por isso optei por pedir aos meus pais para ocupar o primeiro andar da casa deles, onde eu já tinha vivido até construção da nova.
Passei a viver de favor numa casa que não é minha, tendo todos os meses a obrigação financeira de pagar uma casa onde não entro e onde vejo aprisionados os meus bens pessoais.

A vida às vezes é ingrata, mas quando se fecha uma porta abre-se sempre uma janela e normalmente muito mais soalheira. Muito ainda está por resolver, passado um ano. Continuo a ter de pagar uma casa que é usada pelo meu ex-marido inviabilizando-me financeiramente de arrendar ou adquirir outra casa, continuando a viver de favor. Felizmente a casa onde habito é dos meus pais, e tenho recebido todo o apoio da parte destes. Além disso, o mais importante para mim está resolvido: a guarda dos meus filhotes. As casas são paredes de cimento e tijolo, que se constroem em qualquer altura. O valor dos meus filhos é imensurável. No meio de tudo isto, hoje vivo feliz, mesmo com todas as contrariedades. Ao contrário de quando tinha tudo ao meu dispor e faltava-me o mais importante na vida: o AMOR

2 comentários:

  1. Juro que não entendo como isso é possivel e ao fim de um ano a coisa ainda não estar resolvida. Primeiro este país mete nojo, segundo, quero acreditar que pessoas assim vão ser castigadas. Mas muito mesmo.
    Imagina q não tinhas pais? Como seria? vivias onde? se fosse preciso ainda te tiravam os putos pq não tinhas onde viver?
    Ainda bem q não é o caso, mas estas injustiças deixam-me tão irritada, mas tão irritada!!
    Admiro essa tua forma de ver a vida! Quando for grande quero ser assim!! :)

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  2. Obrigada pelas palavras. A minha forma de ver a vida vem do que tenho passado. Primeiro num casamento de egoísmo em que eu remava sozinha e depois de tudo o que tenho passado porque não conseguia mais aguentar. É uma forma de autodefesa, caso contrário acredita que já tinha enlouquecido. Mas felizmente, também me tem acontecido muita coisa boa, e são essas coisas que me dão força e me ajudam a dar valor à vida e ao que tem de mais importante.

    O amor tem sido a minha bandeira, e com calma tenho vindo a receber os frutos. O escárnio do meu ex-marido e as mentiras por ele inventadas só lhe têm trazido dissabores. A verdade leva tempo a aparecer mas vem sempre à tona, e os filhos, sem eu precisar de lhes dizer nada (pelo contrário, nunca lhes falo mal do pai), têm vindo a ver com os próprios olhos e pela própria experiência que o pai (infelizmente) não é o que pensavam. Eu tenho muita culpa disso, pois pela felicidade e bem-estar deles, sempre lhes passei uma imagem positiva do pai. Mas se ele não ajuda...os miúdos não são parvos...são só pequeninos.

    Tudo o que lá deixei de material já não tem o valor que tinha, a valor afectivo esbateu-se com o crescer de uma nova vida. Os filhos, mesmo quando tiver mais, nunca vão deixar de ter o valor que têm: cada um é único.

    bjs

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