quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Educação
Na casa onde vivo há dois pequenos (de quem gosto muito) que são filhos da minha companheira.
Como é natural, há dias em que estão com o outro progenitor e, por consequência, com a família deste e os hábitos que por lá se usam.
Hábitos que incluem: mentir, não responder a perguntas para demonstrar superioridade, arrotar e soltar gases como se de algo heróico se tratasse, comer à vez e falar com ar de desprezo...
Ora, tendo eu e a minha companheira sido criados com hábitos menos "animalescos", tentamos incutir esse espírito nos pequenos, de modo a que eles tenham oportunidades de singrar em meios que não façam do escarro para o chão um estatuto por si só.
E quando pensamos que eles até já estão habituados a isso, logo vêm umas fériazitas (logo, mais tempo de convívio com o "outro lado") e estragam tudo...
É vê-los a responder à mãe quando chamados à atenção: "qu'é queres?"
É vê-los a comer à mão ignorando por completo que os talheres sequer existem.
É vê-los a debitar uma mentira atrás da outra em busca de alguma coerência só para não admitir que aquilo que disseram inicialmente já era mentira...
É ingrato o esforço que fazemos...
A minha companheira diz-me: "eles depois crescem e vêm qual é a atitude correcta". E até lá? Serão apenas mais uns "toscos" que mandam umas piadas e tiram más notas na escola? Espero que não... Até porque se isso acontecer não será por falta de inteligência.
Os meus dois, infelizmente, também estão a crescer rodeados de maus exemplos e, por muita vontade que tenha, não consigo num fim-de-semana de 15 em 15 dias mudar nada disso...
Talvez a minha frustração resida no facto de querer tanto e não conseguir, nem nuns nem noutros, dar-lhes a educação que eles precisam e que tanto me foi útil ao longo da vida...
Provavelmente do "outro lado" acham exactamente o contrário, que nós é que somos muito exigentes, que são "putos" e que têm que mandar umas larachas para terem piada.
Mas os "putos" crescem... e tornam-se adultos... e os adultos têm regras...
E os "putos" que chegaram a Ministros estão a aplicar esta cultura de criar uma nova regra para contornar a antiga, de facilitar, de ser donos da verdade mesmo que esta seja a mais pura das mentiras...
Assim não vamos lá...
Agora desculpem-me, vou ali chorar e já venho...
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Não é fácil encontrarmos o nosso ponto de equilibrio, como poderemos exigir que as crianças o façam? Achamos sempre que fazemos o melhor (contra mim falo) e, por isso, criamos grandes expectativas que, rapidamente, se transformam em desilusão, claro. Mas o que é o melhor, afinal? Quem inventou esse conceito? Porque será que o consideramos verdadeiro? Quanto mais resistimos ou "damos luta às situações" mais elas crescem. É como o combustível, acredita. No geral, só nos falta por-lhes o chip para a programação automática. Queremos que eles vivam a nossa verdade, neste caso, no vosso, dividida em dois. Não é fácil para eles com toda a certeza. A minha verdade não é a tua nem a tua será a minha. Quando estão convosco a verdade é uma, do outro lado será outra... Como estarão essas cabecitas? É óbvio que tentamos que haja um mínimo de coerência, de responsabilidade, de amor e respeito ao próximo, etc. Mas esse respeito terá de começar por nós. A diferença é que eles não nos podem castigar, porque senão, acredita haveria por aí muita gente sentada em cadeiras sem ir ao recreio...
ResponderEliminarNão podemos protegê-los sempre. Eles têm o próprio caminho para percorrer. São indivíduos que têm de escrever a própria história e nós estaremos por cá para eles. Incondicionalmente.
Liberta, entrega, não discutas. Existem milhões de famílias ditas normais, com filhos amargurados e por caminhos menos agradáveis e outros que passaram por momentos mais complicados e que se fizeram adultos fortes e íntegros. Sabes do que falo. Põe Amor em tudo o que fizeres e verás que não te desgastas tanto. Quando "transpiramos" alegria, as coisas surgem, vais ver.
Beijinhos
Rita
É normalmente o que costumo fazer... mas há dias em que me "salta a tampa"... Obrigado. Bjs
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